Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí (1957) é socióloga nigeriana de origem iorubá, e tem se dedicado com notável destaque a pesquisas interdisciplinares, associando estudos de gênero, sociologia do conhecimento e perspectivas africanas. Estudou nas universidades de Ibadan (Nigéria) e Berkeley (Califórnia, EUA). A invenção das mulheres – Construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero é o primeiro livro que publicou, em 1997, nos Estados Unidos, resultado de sua tese de doutorado. A obra se tornou rapidamente uma referência e foi reconhecida por importantes prêmios, como o da Associação Americana de Sociologia. O mérito de suas pesquisas garantiu-lhe o financiamento de importantes agências como a Fundação Rockefeller, a Agência Presidencial Estadunidense e a Fundação Ford. Atualmente é professora da Stony Brook University (EUA). Seu mais recente livro é What Gender is Motherhood? Changing Yorùbá Ideals of Power, Procreation, and Identity in the Age of Modernity foi lançado em 2016. A primeira obra de Oyěwùmí lançada no Brasil é A invenção das mulheres, pela Bazar do Tempo, em 2021.
No segundo dia da II Jornada Feminismos Decoloniais em Questão tivemos a presença especial da socióloga que falou sobre seu livro, um marco referencial no campo dos estudos de gênero e nos oferece uma outra perspectiva de compreensão do papel social da mulher, baseada em referências africanas e especialmente da cultura iorubá.
Na obra, Oyèrónkẹ́ nos mostra como a ideologia do determinismo biológico está no cerne das categorias sociais ocidentais – a ideia de que a biologia fornece a base lógica para organizar o mundo social. Em oposição, a autora mostra como conceitos baseados no corpo não eram centrais na organização das sociedades iorubás antes da colonização.
O diálogo com Tatiana Roque e Caroline Amanda e a mediação com Caroline Marim está disponível o YouTube (Clique aqui para acessar a conferência com tradução simultânea para o português). Assista abaixo!