Organizadoras: Lívia Santos Souza e Lorena de Freitas.
Pimenta Cultural, 2022.
Objetiva-se reunir neste livro um conjunto de contribuições de autores e autoras latino-americanas e caribenhas cuja diversidade em termos de trajetórias acadêmicas, interesses de pesquisa, origens culturais, étnico-raciais, identidades sexuais e de gênero se encontra em torno de um eixo comum: o interesse em articular feminismo e resistência, buscando compreender os efeitos e as contribuições desta articulação para a literatura comparada. O interesse em articular feminismo e resistência é fruto da necessidade fundamental de um feminismo que, como nos ensinou a filósofa decolonial Maria Lugones, não caia na armadilha de concentrar o olhar somente na violência desumanizadora imposta às mulheres por relações de poder que, de forma interseccional, produzem desigualdades de gênero, raça, classe, sexualidade, nacionalidade, entre outras. Por meio da articulação entre feminismo e resistência temos a intenção de tematizar a opressão que as mulheres sofrem sem apagar as diversas formas de ação cotidiana que constroem para resistir às violências das relações de poder que buscam extirpar a sua subjetividade ativa. É por isso que os artigos aqui reunidos visam, cada um a sua maneira, dar visibilidade à subjetividade dessas mulheres através da literatura, além de discutir e problematizar uma concepção única, universal e homogeneizante de resistência, ampliando as suas possibilidades de compreensão e as suas relações com os mecanismos de poder.
Por estarmos em um programa em Literatura Comparada, o livro contará com textos cujas discussões de gênero e resistência tenham uma relação direta com a literatura ou com qualquer outra linguagem artística, além de contar também com textos que, por serem mais ensaísticos ou trazerem reflexões mais teóricas sobre gênero e resistência, poderão contribuir como referência para pesquisas em literatura comparada.