Compreender nossa amefricanidade, para Lélia Gonzalez, contava como uma experiência comum constituída ao longo do processo de resistência dos povos africanos e originários possibilitando rebater a noção amplamente difundida (inclusive nos livros de história) de um Brasil sobretudo português-europeu.
“O Brasil – por razões de ordem geográfica, histórico-cultural e sobretudo da ordem do inconsciente – é uma América Africana” (2018, p. 335). O racismo por denegação surge da aparente contradição entre a defesa de um referencial europeu de nação e a negação de uma herança que deve muito aos povos afroindígenas, e por tal, na valorização da herança dos povos africanos e originários para além de uma folclorização. É na apropriação cultural que reside a chave teórico-política para a produção de conhecimento no sul global.”
Mulheres Intelectuais de Ontem e Hoje (disponível aqui) é um programa que aposta na construção de uma cultura e uma tradição que valoriza o trabalho intelectual de mulheres. Para isso, o programa apresenta semanalmente breves biografias e o pensamento de mulheres de diversas áreas, locais geográficos e tempos históricos distintos. O programa é desenvolvido em conjunto pelo Grupo de Pesquisa Decolonial Carolina Maria de Jesus, da UFRJ, e pelo Grupo de Estudos em Reflexão Moral Interdisciplinar e Narratividade (Germina), da UFSC. Vai ao ar toda quinta-feira, às 14h, com reprise às 19h, pela Rádio UFRJ.